sábado, 31 de dezembro de 2011

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Gaivoteando

O que o vento sussurra
eu ainda não compreendo
só tento.

Olhar pro céu
e pro horizonte no mar
o verde, o azul e o sopro
mas, nada.

Girar a cabeça,
de um lado pro outro,
e escutar
as mensagens que ninguém ouve
e as brisas insistem em sussurrar
as tormentas insistem em gritar
e as ventanias espalham pelo mundo

De repente, as gaivotas!

Elas passeiam por esses atalhos
caminham em seus versos com as pontas das asas
e, de fato, compreendem

E por isso podem voar
e têm a outra dimensão

E são leves e livres
felizes

Já sabem há muito
os segredos dos ares.


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A grande questão

[Norteadora do universo]



Tentando tapar meus buracos
Cobrir os vazios
Fazer sentido
Achar sentido
Descobrir o que é ser feliz, ou estar

Buscando meus caminhos pelo mundo
Desvendando atalhos,
Desbravando o novo

Querendo melhorar
Sem pirar
Sem meter as mãos pelos pés
Observando quem chega lá.


E quem chega lá?...

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Blasé




Quando as coisas estão bem, tudo fica à quem
Quando vão mal, aí sim, etcétera e tal!

Porque escrever me liberta de grades cinza
É o que me devolve o ar

E se já o tenho, como tocá-lo?
Como querer inspiração?

A fluidez dos versos me vem com o desespero
A abundância de palavras me vem com a ausência de paz

Minhas palavras pouco sofridas são mornas e bobas
Não emocionam ninguém...

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Presente


Se quiseres me fazer feliz,
vás a um sebo e me tragas Kunderas, Bilacs, Quintanas e Murilos.

Se quiseres me presentear
me enchas de Hesses, Mano(u)éis, Leminskys e Meireles.

Me dê poesia!

Para que sentimentos eu sempre tenha,
para que me emociones a cada página,
e me faças sentir vivo em cada parte.

Vás a um sebo!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Inevitável chuva




Chuva que cai lá fora
Esfria o mundo e leva embora
Tira de mim esse ranço de morte
Tira do mundo o ar impuro
Acorda pra vida os alienados
Mostra sua natureza
E se manifesta
Lava com água o que há de pior
Joga de cima todo o amor
Por seu desconforto, afoga o mundo
Mostra na água
Quem é soberana


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

fria mente fria



fria mente
friamente
eu não entendo
os mecanismos da fria mente

não que não conheça

já a vi algumas vezes,
mas não gostei dessa frieza

congela o sentimento
com gelo e éter
congela o bom da vida


E eu gosto mesmo é de verão...


domingo, 11 de dezembro de 2011

Por aí




Quando encontrar você
Vou fingir que não te vejo
Vou achar que não finjo
Vou forjar que não sou isso
Que você provoca em mim

Vou jurar que nada há
Que na vida tudo passa
E o que podia ser bonito
Não seria nunca bom

Quando encontrar você
Vou fingir que sou mais forte
Que aqui dentro tudo é meu

Quando encontrar você
Vou baixar o queixo
Sublimar a alma
(E a vontade do seu beijo)

Respirar por três vezes
Forjar que não finjo
E que na vida tudo passa.


Aos meus amigos



[Amizade, amor sublime]


A melhor coisa que a vida nos dá são as amizades que colecionamos. O destino coloca seres especiais em nosso caminho, como uma brisa desejada, jóias únicas, que deixam um pouco de si em nós. Como presentes. Essas marcas formam um mosaico de experiências que resulta no que somos, nos tornamos e nos transformamos a cada novo contato. Pessoas estampadas em nossas almas, lembranças e corações. É pra elas e por elas que estamos aqui, dia após dia. É também maravilhoso saber que ocupamos esse lugar em outros alguns. Que temos o poder de transformá-los. Que somos tão importantes quanto, somos queridos e queremos bem. Sem contrapartidas, sem pretensões.



terça-feira, 6 de dezembro de 2011

[ ]




Tem um vazio em mim
Um vazio de mim
Trabalho, amigos, amores


Tudo isso são artifícios para completar lacunas de nós mesmos



Terapia de um só

[Quando os sentimentos de morte invadem nossa alma, o que fazer?]



O vazio chegou junto com o tempo
O tempo que não tinha 
e tinha certeza que fazia falta

Falta de vida
De atenção
De paciência pra olhar em volta 
e perceber que há mais

Que só mecânica
Que caixinhas, que trabalho e televisão
Que o sentido das coisas pode ir além

E está nos minutos de total ócio
Na percepção do tempo real
Nos intervalos improdutivos e pouco práticos 

(que tanto nos fazem suprimir)

E é fácil suprimir
Porque não se quer se perceber

Olhar pra dentro de si dói
Perceber as horas enquanto elas passam
E perceber que não importa o que façamos, elas passam

Isso dói

Mas é só essa dor que nos acorda, 
nos transforma e nos faz ver

Que a vida pode ser mais do que pequenos intervalos entre tarefas exaustivas
Que a vida é sofrimento, é descoberta, é sentimento
É o que pulsa, morre e nasce todos os dias

E por isso dói
Porque a dor é necessária, como a morte
Para que o novo venha, para que a transformação se dê.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Eu milenar




Deixemos que o universo faça sua parte e tentemos ajudá-lo ouvindo seus sinais. Ele fala com a gente através do coração. Ouvir sua voz é calar-se para o mundo óbvio e perceber nossa essência, o que pulsa em nós. Somos o universo em uma experiência humana. Somos uma organização do cosmos em forma de gente, para que esse possa perceber o que é ser você. Por isso temos todas as respostas. Elas estão dentro de nós, estão em nossas memória molecular por milênios. O corpo se manifesta, se tenciona, se protege de escolhas erradas. Sente dor, repele os caminhos duvidosos. Relaxa e se cura quando escolhemos o certo. Prestemos atenção em nossos corpos, em como se manifestam ao que submetemos-os. O coração sempre fala, não cale sua voz. Ouça, preste atenção, investigue-a, reflita. O universo nos suporta e quer ser feliz por meio de nós. Sigamos essa direção. Vivamos o que é a nossa vocação. Calemo-nos.


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A melhor das boas inteções



(ou poema da meninice ou da estupidez ou da falta de sorte)



Eu não tenho maturidade
desculpe
eu não tenho maturidade

mas, eu tenho boa vontade
e muita vontade

de resolver problemas e mundos
de transformar a vida em melhor
de ocupar vazios e fundos

mas, às vezes, só faço tudo pior.