segunda-feira, 23 de abril de 2012

Sobre a inutilidade de ser



Assim, um ser inútil
mais uma peça lisa em um quebra-cabeças cinza
mais um menos e menos sentido

sem sentido e só sentir
de sentir o que só dói, o que distorce a visão e maltrata o peito

pois sentido e sentir tão parecidos
que a ausência do sentindo faz o peso do infinito
ser sentido por só ser.


terça-feira, 10 de abril de 2012

Sobre o tempo e a liberdade




O tempo passa como se ignorasse, de minha parte, toda a sede de viver.
Se de pensar em como passa me dá vontade de morrer
de gritar e de fugir,
de perder as estribeiras e arrancar de vez os estribos.

Se cada conjunto de sessenta minutos é um pacote relativo,
que voa como o vento ou se arrasta como lesmas.
Se me angustia pensar em onde aplicá-lo,
muito mais do que me concerne o dinheiro.

O que fazer com essa coisa que se chama tempo, e que se traduz em vida.

Porque a sede de poder sentir-lhes os braços de vento a cada segundo de alegria.
Porque a acidez de sentir-se algoz em grades de fumaça e tic-tac.

Enlouquecer é privilégio para os livres.